domingo, 5 de fevereiro de 2012

Parabéns à biblioteca da ESEQ e à ESEQ!

Sessenta anos são sessenta anos! É a idade do atual edifício da Escola Secundária Eça de Queirós! E também da biblioteca escolar!
            Anos de evolução, de construção (sim, porque o edifício de 1952 sofreu algumas alterações arquitetónicas como a construção de alas a  nascente e poente para responder às solicitações da comunidade poveira), de adaptação a novos desafios, novas necessidades e  projetos educativos,  sempre ao serviço dos alunos e de todos quantos servem esta "casa de família"!
A Biblioteca assinalou esta efeméride com uma exposição comemorativa denominada “ No princípio era o Lyceu e o Liceu fez-se casa…. Comemorar 60 anos – 1952-2012”, que esteve patente durante o mês de dezembro.
O Diário do Governo de um sábado, 24 de novembro de 1945, consagra a verba necessária : "5:000.000$ para o novo edifício do Liceu Eça de Queirós na Póvoa de Varzim, pronto a funcionar com todo o seu mobiliário e material de ensino" frisando que " O Liceu continuará a ser de frequência mixta e terá lotação normal de nove turmas" e que "será construído em terreno cedido pela Câmara Municipal devidamente urbanizado e que reúna as condições necessárias."
A exposição constitui-se como uma mostra documental e fotográfica  que assinala a colocação das "primeiras pedras" e o trabalho de construção que terminou com a inauguração do edifício a 18 de outubro de 1952, pelas 15 horas. A imprensa local da altura mostra o entusiasmo da comunidade poveira!
Do jornal "Ala-Arriba" desse dia, transcreve-se:  

O NOVO LICEU É HOJE INAUGURADO
Não há ruas engalanadas. Não há festejos populares. Não há cortejos nem música, nem fogo a atroar constantemente os céus da Póvoa, desde só o quantum satis.
Contudo é grande o dia que hoje alvoreceu. É grande e memorável. É memorável e digno de ficar assinalado a letras de oiro nas Páginas da história local.
Dispensam-se exteriosidades ruidosas para que os nossos corações se ergam, para que as nossas almas se entusiasmem, para que a alegria transborde e se manifeste, e para que a gratidão poveira, tão sincera e tão genuína, brote abundante e suba e se espalhe e chegue onde deve chegar. (…)
Quantas vezes não vimos ameaçado de extinção o nosso Liceu, que conta cerca de 50 anos e tanto custou a criar e a mantar nos primeiros anos da sua existência? (…)
Hoje podemos exultar, pois que aí temos o magnífico Liceu constituído por três corpos unidos de dois pavimentos, com fachadas imponentes para sul, poente e norte e um corredor coberto de nascente, circundado por jardins e campos de jogos, com amplo recinto de recreios no centro do conjunto da construção, dotado de ginásio e sala de espectáculos e de óptimas salas de aula, laboratórios, gabinetes, copa, cantinas, cozinha, etc, construído com todo o requisito e perfeição e excelentes materiais.”

            Num outro artigo de primeira página do mesmo jornal datado de 25 de outubro, oito dias após a inauguração, o repórter destaca:

A INAUGURAÇÃO DO NOSSO LICEU FOI BRILHANTE E DE ALTO SIGNIFICADO
Estávamos muito longe de supor que revestisse tão singular importância e imponência o acto de inauguração do novo edifício do nosso Liceu Nacional, realizado no pretérito sábado.
Não só acorreram a tomar parte na cerimónia, a todos os títulos brilhante e de alto significado, as personalidades de fora e da nossa terra (…).
Na verdade, o público para dar a sua nota característica e demonstrativa do seu interesse por obra tão notável e para conhecer de visu o seu querido Liceu (…) afluiu em massa, encheu literalmente a grande sala do ginásio, deambulou pelos corredores e outras salas e pelos recreios e jardins, tendo ainda ficado cá fora imensa gente e as crianças das escolas primárias nos arruamentos de acesso ao edifício.
O Liceu é hoje um facto (…).
Bem haja quem soube conquistar para a Póvoa de Varzim mais este benefício, mais este monumento, mais este padrão de progresso e engrandecimento.”

Assim se fez a história inicial deste edifício e da sua biblioteca. A responsabilidade do primeiro espólio aqui colocado foi da Câmara Municipal. Largas dezenas de obras ao dispor dos alunos e da comunidade poveira. Um contributo precioso que hoje chega aos dezasseis mil volumes em material livro… Outros alunos, outros professores mas sempre a defesa de uma mesma causa: servir bem a comunidade que desejou um espaço digno para formar os seus jovens!