Os primeiros livros foram criados pelo povo sumério, quando este começou
a escrever em tabletes de argila, por volta do ano 3.200 a.C. na Mesopotâmia,
atual Iraque. O conteúdo, naquela época, era composto por leis, assuntos
administrativos e religiosos, lendas e até poesia. Com o tempo, o livro ficou
mais leve graças à descoberta de outros materiais, como o papiro, obtido a
partir de uma planta egípcia, e o couro de animais, dos quais o produto mais
conhecido é o pergaminho.
A região de
Pérgamo (onde hoje é a Turquia) desenvolveu a técnica do pergaminho por causa
de uma proibição de importar papiro já que esta região e Alexandria disputavam
o posto de possuidoras da maior biblioteca do mundo conhecido.
Nessa época, o
formato comum era o rolo ou o volume, feito de folhas de pergaminho coladas
lado a lado. Essa colagem era depois enrolada em dois bastões de madeira ou
marfim. Assim, as pessoas poderiam ler o pergaminho do modo a que estavam
acostumadas quando usavam o papiro, ou seja, desenrolando de um lado e
enrolando de outro. Convém lembrar que o papel só chegou à Europa trazido da
China por mercadores árabes apenas no século XII.
Quando se reuniu uma coleção de páginas escritas
para formar um códex – a forma primitiva de livro – foi inventado o ofício de
encadernar livros. Com esta definição, um dos mais antigos livros conhecidos no
mundo é um volume de seis páginas com 2500 anos, escrito em etrusco (a agora
língua morta de uma civilização italiana pré-romana).
Com o aumento da procura da
Bíblia cristã, a criação de grandes livros começou a ganhar popularidade. Do século
V até à Idade Média, os livros eram encadernados usando uma superfície de
escrita de velino (couro de animal raspado com precisão) com lombadas lisas e
capas de madeira, protegidas com fechos para impedir a humidade de deformar a
sua forma.
O velino era unido em
várias folhas dobradas para formar um grupo de até oito páginas chamado secção
em oitavo.
Como secção, estas páginas
seriam mais resistentes a rasgões quando cosidas. Eram depois encaixadas entre
painéis de madeira e cobertas com o material de escolha do encadernador:
tecido, couro ou até pedras preciosas e marfim para clientes mais ricos. De
forma mais sangrenta, durante a Idade das Trevas e início da Idade Média, não
era invulgar encontrar livros encadernados com pele humana.
in revista "Sábado"(texto adaptado)