segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

O Melhor Leitor da Biblioteca da ESEQ, no primeiro período.


Enquanto se falava da intenção do autor, da
significação contemporânea, psicanalítica, histórica,
etc. dos textos ou de sua construção formal, os
críticos raramente se lembraram de que tudo isso só
teria sentido se os textos fossem lidos (ISER, W.)


 
 
 
 Longe de serem escritores, fundadores de um lugar próprio, herdeiros dos lavradores de outros tempos mas no solo da linguagem, cavadores de poços e construtores de casas, os leitores são viajantes; andam pelas terras dos outros, nómadas caçando furtivamente através dos campos que não escreveram, arrebatando as riquezas do Egipto para as desfrutarem. A escrita acumula, armazena, resiste ao tempo estabelecendo um lugar e multiplica a sua produção através do expansionismo da reprodução. a leitura não é garantida contra o desgaste do tempo (esquecemo-nos e esquecemo-la), não conserva ou conserva mal o seu saber, e cada um dos lugares por onde passa é a repetição do paraíso perdido.(*)
 
 
 
ISER, W. A interação do texto com o leitor. In: LIMA,
L.C. (Org). A literatura e o leitor: textos de estética da
recepção. Rio de Janeiro: Paz e terra, 1979. p. 83-132.

(*)Michel de Certeau, L’invention du quotidien. Cit. por R. Chartier, in A Ordem dos livros
 

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