– Que quer dizer "cativar"? – perguntou o
Principezinho.
– É algo quase sempre esquecido pelos homens –
disse a raposa. - Significa "criar
laços"...
– Criar laços?
– Exatamente - disse a raposa. Tu não és ainda
para mim senão um menino inteiramente igual a cem mil outros meninos. Eu não
tenho necessidade de ti. E tu não tens necessidade de mim. Não passo a teus olhos de uma raposa igual a cem mil
outras raposas. Mas, se tu me cativas,
nós teremos necessidade um do outro. Serás para mim o único no mundo. E eu
serei para ti a única no mundo...
Se tu me cativares, a minha vida será como que
cheia de sol. Conhecerei um barulho de passos que será
diferente dos outros, que me chamará para fora da toca, como música.
E depois, olha! Vês, lá longe, o campo de trigo?
Os campos de trigo não me lembram coisa alguma. Mas
será maravilhoso quando me tiveres cativado. O trigo, que é dourado, fará com
que me lembre de ti e dos teus cabelos de ouro. E eu amarei o barulho do vento
no trigo...
Antoine de Saint-Exupéry, in O Principezinho (Texto com supressões)
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