segunda-feira, 13 de maio de 2013

Quando começaram as pessoas a fazer livros? O que envolvia exatamente o processo?


      Os primeiros livros foram criados pelo povo sumério, quando este começou a escrever em tabletes de argila, por volta do ano 3.200 a.C. na Mesopotâmia, atual Iraque. O conteúdo, naquela época, era composto por leis, assuntos administrativos e religiosos, lendas e até poesia. Com o tempo, o livro ficou mais leve graças à descoberta de outros materiais, como o papiro, obtido a partir de uma planta egípcia, e o couro de animais, dos quais o produto mais conhecido é o pergaminho.
A região de Pérgamo (onde hoje é a Turquia) desenvolveu a técnica do pergaminho por causa de uma proibição de importar papiro já que esta região e Alexandria disputavam o posto de possuidoras da maior biblioteca do mundo conhecido.
Nessa época, o formato comum era o rolo ou o volume, feito de folhas de pergaminho coladas lado a lado. Essa colagem era depois enrolada em dois bastões de madeira ou marfim. Assim, as pessoas poderiam ler o pergaminho do modo a que estavam acostumadas quando usavam o papiro, ou seja, desenrolando de um lado e enrolando de outro. Convém lembrar que o papel só chegou à Europa trazido da China por mercadores árabes apenas no século XII.
Quando se reuniu uma coleção de páginas escritas para formar um códex – a forma primitiva de livro – foi inventado o ofício de encadernar livros. Com esta definição, um dos mais antigos livros conhecidos no mundo é um volume de seis páginas com 2500 anos, escrito em etrusco (a agora língua morta de uma civilização italiana pré-romana).
    Com o aumento da procura da Bíblia cristã, a criação de grandes livros começou a ganhar popularidade. Do século V até à Idade Média, os livros eram encadernados usando uma superfície de escrita de velino (couro de animal raspado com precisão) com lombadas lisas e capas de madeira, protegidas com fechos para impedir a humidade de deformar a sua forma.
      O velino era unido em várias folhas dobradas para formar um grupo de até oito páginas chamado secção em oitavo.
      Como secção, estas páginas seriam mais resistentes a rasgões quando cosidas. Eram depois encaixadas entre painéis de madeira e cobertas com o material de escolha do encadernador: tecido, couro ou até pedras preciosas e marfim para clientes mais ricos. De forma mais sangrenta, durante a Idade das Trevas e início da Idade Média, não era invulgar encontrar livros encadernados com pele humana.
in revista "Sábado"(texto adaptado)