quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Novo paradigma, novos desafios, novos leitores, velhas questões

                              Medieval Helpdesk - Do papiro ao livro

Desafios da era digital , foi o tema em foco na Conferência Internacional de Educação/2013 na Fundação Calouste Gulbenkian - Os Livros e a Leitura: Desafios da era Digital.
Estudo apresentado na Conferência confirma que ainda há poucos adeptos da leitura digital mas a mudança está em curso...
O principal Orador foi o Filósofo e Sociólogo Jürgen Habermas, que a convite da Fundação falou sobre a Democracia na Europa, e que admitiu "No meu trabalho diário sentir-me-ia perdido sem o meu computador pessoal, mas não sou verdadeiramente um habitante do novo espaço virtual. Não participo nas redes sociais, não leio 'ebooks' e de tempos a tempos escuto os relatos da minha neta sobre o seu admirável mundo novo".

                                              Repinado de planetpov.com

terça-feira, 29 de outubro de 2013

Nos labirintos da Biblioteca

Sugestões de leitura - para nos perdermos no "jardim dos caminhos que se bifurcam"*







 

 



 
*Título do Livro escrito em 1941 por Jorge Luís Borges

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

28 de outubro - Dia Internacional da Biblioteca Escolar



 Dia 28 de outubro assinala-se, em todo o país, o Dia Internacional da Biblioteca Escolar. Este dia enquadra-se no Mês Internacional da Biblioteca Escolar, segundo os princípios estabelecidos pela International Association of School Librarianship (IASL). Para comemorar a Biblioteca da ESEQ aliou-se a esta iniciativa promovendo um concurso para o logotipo da Biblioteca.
Neste dia e ainda, como forma de o assinalar, a Biblioteca convida à leitura de um extrato de “ A Cidade e as Serras” de Eça de Queirós, patrono da escola.
Só o relógio monumental, que marcava a hora de todas as capitais e o curso de todos os planetas, se compadeceu, batendo a meia-noite, anunciando ao meu amigo que mais um Dia partira levando o seu peso – diminuindo esse sombrio peso da Vida, sob que ele gemia, vergado. O Príncipe da Grã-Ventura, então, decidiu recolher para a cama – com um livro... E durante um momento, estacou no meio da Biblioteca, considerando os seus setenta mil volumes estabelecidos com pompa e majestade como doutores num Concílio […]. Torcendo molemente o bigode caminhou pôr fim para a região dos Historiadores: espreitou séculos, farejou raças; pareceu atraído pelo esplendor do Império Bizantino; penetrou na Revolução Francesa de onde se arredou desencantado; e palpou com mão indeliberada toda a vasta Grécia desde a criação de Atenas até à aniquilação de Corinto. Mas bruscamente virou para a fila dos Poetas, que reluziam em marroquins claros, mostrando, sobre a lombada, em ouro, nos títulos fortes ou lânguidos, o interior das suas almas. Não lhe apeteceu nenhuma dessas mil almas – e recuou, desconsolado, até aos Biólogos... Tão maciça e cerrada era a estante de Biologia, que o meu pobre Jacinto estarreceu, como ante uma cidadela inacessível! Rolou a escada – e, fugindo, trepou, até às alturas da Astronomia: destacou astros, recolocou mundos; todo um Sistema Solar desabou em fragor. Aturdido, desceu, começou a procurar por sobre as rimas as obras novas, ainda brochadas, nas suas roupas leves de combate. Apanhava, folheava, arremessava; para desentulhar um volume, demolia uma torre de doutrinas; saltava pôr cima dos Problemas, pisava as Religiões; e relanceando uma linha, esgravatando além num índice, todos interrogava, de todos se desinteressava, rolando quase de rastos, nas grossas vagas de tomos que rolavam, sem se poder deter, na ânsia de encontrar um Livro! Parou então no meio da imensa nave, de cócoras, sem coragem, contemplando aqueles muros todos forrados, aquele chão todo alastrado, os seus setenta mil volumes – e, sem lhe provar a substância, já absolutamente saciado, abarrotado, nauseado pela opressão da sua abundância. Findou por voltar ao montão de jornais amarrotados, ergueu melancolicamente um velho Diário de Notícias, e com ele debaixo do braço subiu ao seu quarto, para dormir, para esquecer.
Eça de Queirós, A Cidade e as Serras

 

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

A leitura de um Poema é semelhante a um ato de introspeção

 
"Cientistas provam que a poesia é música para o cérebro"* 
                                                    Repinado via Kiersten Kullenberg

As novas tecnologias utilizadas em imagiologia cerebral para estabelecer uma ponte entre a arte e a ciência, revelam dados acerca da forma como o cérebro responde à poesia e à prosa. Cientistas da Universidade de Exeter estão a realizar estudos através da aplicação de ressonância magnética para visualizar as partes do cérebro que são ativadas em várias atividades, incluindo a leitura.
Para realizar essa pesquisa, o professor Adam Zeman neurocientista cognitivo da universidade e a sua equipe, examinou a atividade cerebral de treze voluntários, todos estudantes de graduação e pós-graduação, enquanto liam prosa e poesia. O estudo, que foi publicado no Journal of Consciousness Studies, revelou as áreas do cérebro que são ativadas em resposta a qualquer material escrito. Este estudo comprovou ainda, que a escrita carregada de carga emocional, desperta várias regiões do cérebro que habitualmente respondem à música.
Quando os voluntários foram convidados a ler uma das suas passagens favoritas de poesia, os pesquisadores descobriram que as áreas do cérebro associadas à memória foram estimuladas com mais intensidade do que aquelas que são ativadas em qualquer ato de leitura. Isto indica, revela o estudo, que a leitura de um poema é comparável a um ato de introspeção.
 

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

A propósito do dia Mundial dos CTT


O dia dos Correios trouxe-me à memória o tempo de quando escrevia e recebia cartas, ritual que fui esquecendo ao longo do tempo. Aos poucos fomos deixando de nos debruçar no silêncio sobre aquela folha de papel onde cuidadosa e refletidamente vertíamos palavras que haviam de cruzar mares e céus. Tenho saudades daquele tempo em que havia tempo, e nos deslumbrávamos com cada carta que recebíamos, com a chegada do carteiro, com as palavras sopradas, com o perfume do papel, com a variedade de envelopes e selos que as adornavam. Um verdadeiro apelo aos sentidos!
Com a saudade veio também a lembrança deste "poema" feito carta, que Agustina Bessa Luís trocou com Eugénio de Andrade e que aqui transcrevo, para vosso deleite.
 
"Carta a Eugénio de Andrade, por Agustina Bessa-Luís (25.06.2005)"

Querido Eugénio

O melhor não são os sentimentos nobres das pessoas, mas o ácido prazer de amar seja o que for. Uma longa viagem nos une e nos separa. Nunca trocámos cartas porque essa débil força da confidência esteve sempre para nós fora de moda. Nunca deixámos que as palavras nos dessem lições. As palavras são como caminhos, umas vão dar a qualquer sítio que não nos importa conhecer; outras não servem para nada, e são as melhores.

A poesia não é feita de palavras, mas da cólera de não sermos deuses.

A Grécia, como a conhecemos, isso é que é poesia. O vento no fim da tarde em Delfos, o olival até ao mar, duma cor que já não me lembro. Nós não éramos profanos, mas argonautas em terra. Tenho ainda o medalhão de ouro, com Atena esculpida e a coruja ao lado. Tanta formosura para tão poucos iniciados!

Estou aqui a pensar que vou construir uma casa numa árvore do jardim, para navegar ao largo como o capitão Slocum, num iole de 12,70 toneladas de peso bruto. Daqui ao cabo Horn é um pulo. E sempre nos acenam os que ficam em terra, os lenços agitados pelo bom vento da costa. Somos navegadores solitários tentando não embirrar com o presidente do Transval que acredita que o mundo é plano e que não pode haver a volta ao mundo.

Um bom sorriso, e está bem assim.



Recordo ainda, a este propósito, uma pérola do cinema" O carteiro de Pablo Neruda" (Il Postino) do Realizador Michael Radford, um filme inesquecível, a ver e rever.
 
 
 
 

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Above And Beyond (Acima e mais Além)




Escrito e ilustrado pelo consagrado autor Peter H. Reynolds, Above & Beyond fala-nos da importância dos 4 C's - Comunicação, Colaboração, (pensamento) Crítico e Criatividade no processo educativo. Tudo o que os alunos precisam para terem sucesso na escola e na vida em pleno séc. XXI.

Procuram-se Escritores Atrevidos!


Atreve-te e concorre ao II Concurso Internacional de escritores lusófonos Infanto-juvenis. Para concorreres deves ter entre 8 e 14 anos e apresentar a concurso contos, poemas ou canções.
Os melhores textos serão publicados numa antologia e apresentados publicamente em Portugal e em outros países.

Entrega de textos a concurso: 30 de novembro



terça-feira, 22 de outubro de 2013

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

5 de outubro - Implantação da República







Para comemorar o Dia da Implantação da República, no dia 5 de outubro a Biblioteca da ESEQ realizou, em parceria com a Biblioteca Municipal Rocha Peixoto e com a colaboração de Graça Dinis, uma exposição alusiva à República -  Na maré da República - figuras ilustres locais e poetas da República.
                Ainda no âmbito desta comemoração a Biblioteca recomenda vivamente a leitura do Boletim Cultural da Póvoa de Varzim , muito especialmente do Volume 45, Boletim dedicado à República e onde podemos encontrar um belíssimo, apaixonado e bem orquestrado texto de um Docente da ESEQ - Manuel Fernando Faria Souto* -  A Implantação da República e a Implantação de um Liceu Nacional na Póvoa de Varzim - Liceu Eça de Queirós, que nos dá a conhecer um conjunto de dados e documentos evocativos de todo um percurso histórico onde se evidenciam pedaços da história local, desconhecidos de muitos, com uma narrativa capaz de cativar, envolver e encantar.


 

Este boletim encontra-se ao vosso dispor na Biblioteca da ESEQ.



*Professor da Escola Secundária Eça de Queirós, Mestre em Filosofia Medieval, pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto.

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Cultura, precisa-se!


                                                    Pinado via Sebas Oviedo

"A Investigação em Educação, encabeçada pelo Relatório da OCDE Pisa, demonstrou o enorme impacto que o nível socioeconómico e cultural tem nos resultados escolares dos seus filhos. Mas, cada vez se revela mais importante o nível cultural familiar do que o nível socioeconómico. Assim o assegura um recente estudo dos docentes Alice Sullivan e Matt Brown , do Instituto de Educação da Universidade de Londres. O seu trabalho garante que a educação dos pais é mais importante que o nível  socioeconómico e que os recursos culturais a que têm acesso em família são mais decisivos para o sucesso escolar.
Os recursos culturais, como os livros, os jornais, a música, o cinema, etc. " são mais importantes que os recursos materiais, pelo menos no que diz respeito a resultados cognitivos. Os resultados desta investigação apoiam ainda a ideia de que a fluidez linguística depende mais dos recursos culturais dos pais do que das suas habilitações Académicas.(...)"* Saiba mais aqui
 
*Artigo de  Trad. e adapt., in El País


terça-feira, 15 de outubro de 2013

Comemoração do bicentenário de Verdi e Wagner


"(...)Verdi é o compositor mais apresentado nas salas de ópera mundo fora e é certamente um dos que mais melodias inscreveu na memória popular colectiva – melómanos ou não, todos sabem trautear as passagens mais representativas de árias de Aida, Rigoletto ou La Traviata, três das suas óperas mais famosas.(...)".* Saiba mais aqui
Para além do bicentenário de Verdi comemora-se também o bicentenário de Wagner, compositor multitalentoso, que viveu entre a música e a poesia. Saiba mais aqui

*Artigo de Mário Lopes in Público

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

José Eduardo Agualusa vence Prémio literário Fernando Namora


"O último romance do escritor angolano José Eduardo Agualusa, Teoria Geral do Esquecimento, é o vencedor do Prémio Literário Fernando Namora, anunciou de sábado para domingo o júri. Esta é a 16.ª edição do galardão de 15 mil euros instituído pelo grupo Estoril-Sol (...). Saiba mais aqui

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Recordando Edith Piaf 50 anos após o seu desaparecimento

 
"Vejam esta pequena pessoa com cujas mãos são as do lagarto das ruínas. Vejam a sua a fronte de Bonaparte, os seus olhos de cego que acaba de recuperar a visão..." como Jean Cocteau se referiu ao Mito Francês.

Outubro - Mês da Arquitetura

 
"O arquiteto português Álvaro Siza Vieira inaugura hoje, em Paris, mostras de "desenhos de arquitetura e desenho figurativo", na Galerie de Thorigny, e topografia, na Galerie d'Architecture, 20 anos após a última retrospetiva no Centro Pompidou.(...)"*

*Por Agência Lusa ( saiba mais aqui...)

Prémio Nobel da Literatura 2013 - Alice Munro " A mãe do Conto"

 
                           Foto - Prémio Nobel da Literatura - Alice Munro
 
"Nascida na província canadiana de Ontário em 1931, a escritora Alice Munro venceu nesta quinta-feira o Prémio Nobel da Literatura, atribuído pela Academia Sueca, que nela reconheceu um “mestre do conto contemporâneo”. Munro recebera já alguns dos mais importantes prémios literários, incluindo, em 2009, o prestigiado Man Booker International Prize, e era há muito uma candidata recorrente ao Nobel da Literatura.(...)"*

*Artigo de Luís Miguel Queirós in Público (leia mais aqui)


Artigo de Alberto Manguel a propósito de Alice Munro, Prémio Nobel da Literatura in El País
Artigo de Anik Lapointe e de Antonio Muñoz Molina in El País

Aproveitamos ainda, para recordar grandes escritores que nunca foram galardoados com o Nobel da Literatura. Leia in El País





quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Leitura Literária é ginástica para a Mente



                                                  Repinado via Christine Schubert
 

"Alguma vez já sentiu que a leitura de um bom livro o torna mais apto a comunicar com os seus amigos? Se assim for, os resultados de um novo estudo científico apoiá-lo-ão, mas apenas se o seu material de leitura é ficção literária – o mesmo não se aplica à pulp fiction ou não-ficção.
Os Psicólogos David Comer Kidd e Emanuele Castano , na New School for Social Research , em Nova York, revelaram que a leitura de ficção literária aumenta a capacidade de detetar e entender as emoções de outras pessoas , uma habilidade crucial para a navegação nas relações sociais complexas.
Numa série de cinco experiências, 1.000 participantes foram aleatoriamente designados para ler textos, tanto extratos de ficção popular, como best-seller Danielle Steel ,The sins of the Mother e Gone Girl por Gillian Flynn, ou textos mais literários , como o Orange - Orange-winner, The Tiger's Wife de Téa Obreht, de Don DeLillo "O Caçador "  da sua coleção The Angel Esmeralda, ou uma obra de Anton Chekhov .
A dupla usou então uma variedade de técnicas de Teoria da Mente para medir a precisão com que os participantes puderam identificar emoções nos outros. A pontuação foi consideravelmente mais elevada para aqueles que leram ficção literária do que para aqueles que leram ficção popular ou textos de não-ficção.
"O que os grandes escritores fazem é transformá-lo em escritor. Na ficção literária, a incompletude dos personagens transforma a mente para tentar entender a mente dos outros ", disse Kidd.
Kidd e Castano, que publicaram um artigo na revista Science, fazem uma distinção semelhante entre a escrita " writerly " e " readerly " escrito por Roland Barthes no seu livro sobre teoria literária, O prazer do texto. Ciente das dificuldades de determinar o que é ficção literária e o que não o é, alguns dos excertos literários foram escolhidos a partir da PEN / O Henry antologia dos vencedores do prêmio 2012 ' e dos EUA National Book Awards finalistas.
"Alguma forma de escrita é o que designamos por ' writerly ', aquela em que o leitor preenche as lacunas e participa, outro género é" readerly ' , e o leitor mais não faz do que estar entretido. Naturalmente observamos ' readerly ' mais na ficção do gênero de aventura, no romance e suspense, onde o autor determina a sua experiência como leitor. Já a ficção literária [ writerly ] permite entrar num novo ambiente onde o leitor é interveniente e tem que encontrar o seu próprio caminho ", afirmou Kidd .
Transferir a experiência de leitura de ficção para situações do mundo real foi um salto natural argumentou Kidd, porque " os mesmos processos psicológicos são utilizados para navegar na ficção e nos relacionamentos reais. A ficção não é apenas um simulador de uma experiência social, é uma experiência social ".(...)" Leia mais aqui

Trad. e adap. de The guardian-Books Blog in http://www.theguardian.com/books/booksblog/2013/oct/08/literary-fiction-improves-empathy-study acedido em 10/10/13

 

terça-feira, 8 de outubro de 2013

Madrid sucumbe ao sonho surrealista


“E o Verão Daliniano deu lugar ao Outono Surrealista, com a celebração simultânea de duas exposições El surrealismo yel sueño que abre hoje no Museu Thyssen e, Surrealistas antes del surrealismo ( pintura, escultura,cinema), exposição aberta ao público na Fundação Juan March em torno de “fantasia e do fantástico na gravura, no desenho e na fotografia”. A acrescentar a estas duas exposições, está ainda patente no MoMA (Museu deArteModerna) uma retrospetiva de Magritte"¨*

 
"O Surrealismo não foi apenas um movimento artístico, mas uma atitude perante a vida que deixou uma marca profunda em toda a arte posterior. Esta exposição vai mostrar, pela primeira vez, como se realizou a transformação da sensibilidade contemporânea que tem a sua raiz mais profunda na ligação surrealista entre sonho e imagem. Pinturas, desenhos, colagens , esculturas e fotografias de artistas como André Breton, Salvador Dali, Paul Delvaux , Yves Tanguy , Renée Magritte, André Masson , Max Ernst, Jean Arp , Claude Cahun e Paul Nougé , entre outros , servem para uma aproximação monográfica a esta relação sugestiva proposta pelo filósofo e crítico de arte José Jiménez, curador da amostra , e que tem recebido pouca atenção nas artes. Os surrealistas reivindicaram desde o primeiro momento o sonho, como uma das formas fundamentais de libertação da psique. Embora as ideias de Sigmund Freud, especialmente a sua grande obra A Interpretação dos Sonhos (1900), fossem decisivas para as suas abordagens do mundo dos sonhos, estes não se limitaram a ser meros seguidores de Freud. Para eles, o sonho era um nível de experiência diferente da vida consciente, cujo conhecimento incidia de modo particular no enriquecimento e desenvolvimento psíquico".

Trad.e adaptado de El Surrealismo y el sueño http://www.museothyssen.org/thyssen/exposiciones_proximas/104acedido em 8/10/13

*De Iker Seisdedos in El País


segunda-feira, 7 de outubro de 2013

7 de Outubro - Aniversário de Edgar Allen Poe

 
 
Para celebrar o aniversário do grande escritor Edgar Allen Poe convidamos-vos á leitura das suas inquietantes histórias.

Saber ler é fator de sucesso coletivo

Ilustração: Repinado via Jennifer Meagher  

O texto literário é o instrumento essencial no ensino/aprendizagem da língua portuguesa, inserido num programa educativo que valorize a interpretação, a capacidade imaginativa e o poder de análise. 
O professor tem, pois, ao seu dispor um leque de opções literárias, que são apresentadas nas Metas Curriculares, com diferentes temas, tipologias textuais, e que deverá selecionar tendo em conta o nível etário e escolar dos seus alunos. Na verdade, este aspeto é fundamental para a formação de leitores que gostarão de ler ao longo da vida.
Indubitavelmente, o texto literário projeta ao máximo a multifuncionalidade da língua, conciliando o prazer da leitura ao desenvolvimento da compreensão/expressão escrita. Essa leitura deverá ser atenta, reflexiva, capaz de esmiuçar sentidos, de ensinar a descobrir as potencialidades do português. Assim, espera-se de quem ensina que seja capaz de conduzir os alunos nesse processo de descoberta, que vai da palavra à frase e da frase ao texto, abrindo trajetos, navegando pelas linhas que desenham o texto escrito. E, da parte de quem quer aprender a gostar de ler, que se interesse, que se deixe surpreender pelas escolhas efetuadas. Em sintonia, professor e alunos traçarão o sucesso da aprendizagem da leitura, que será tanto mais rica quanto mais sentidos oferecer para desvendar, quanto mais vontade de folhear páginas despertar, transformando o livro no veículo fundamental do conhecimento do mundo.
Saber ler é, hoje e sempre, mais do que uma condição de sucesso pessoal, escolar, profissional e social. É o fator de sucesso coletivo de uma nação. Por isso, o direito à leitura tornou-se uma questão de justiça social, o que implica que uma das grandes prioridades de qualquer sistema educativo seja o desenvolvimento da competência de leitura para todos os alunos.
Saber ler e gostar de ler são os passos para o desenvolvimento. E quanto mais se gostar de ler, mais se lê e se sabe fazê-lo. Porém, só quem sabe ler, gosta de ler. Para isso a literatura é a mais do que a melhor opção. A literatura é a solução.
Texto de: Lúcia Vaz Pedro in Jornal de notícias acedido em7-10-13
 

domingo, 6 de outubro de 2013

(Re)Ler "As Bibliotecas" de Valter Hugo Mãe

«As bibliotecas são como aeroportos. São lugares de viagem. Entramos numa biblioteca como quem está a ponto de partir. E nada é pequeno quando tem uma biblioteca. O mundo inteiro pode ser convocado à força dos seus livros.
Todas as coisas do mundo podem ser chamadas a comparecer à força das palavras, para existirem diante de nós como matéria da imaginação. As bibliotecas são do tamanho do infinito e sabem toda a maravilha.
Os livros são família direta dos aviões, dos tapetes-voadores ou dos pássaros. Os livros são da família das nuvens e, como elas, sabem tornar-se invisíveis enquanto pairam, como se entrassem para dentro do próprio ar, a ver o que existe dentro do ar que não se vê.
O leitor entra com o livro para dentro do ar que não se vê.
Com um pequeno sopro, o leitor muda para o outro lado do mundo ou para outro mundo, do avesso da realidade até ao avesso do tempo. Fora de tudo, fora da biblioteca. As bibliotecas não se importam que os leitores se sintam fora das bibliotecas. Os livros são toupeiras, são minhocas, eles são troncos caídos, maduros de uma longevidade inteira, os livros escutam e falam ininterruptamente. São estações do ano, dos anos todos, desde o princípio do mundo e já do fim do mundo. Os livros esticam e tapam furos na cabeça. Eles sabem chover e fazer escuro, casam filhos e coram, choram, imaginam que mais tarde voltam ao início, a serem como crianças. Os livros têm crianças ao dependuro e giram como carrosséis para as ouvir rir. Os livros têm olhos para todos os lados e bisbilhotam o cima e baixo, o esquerda e direita de cada coisa ou coisa nenhuma. Nem pestanejam de tanta curiosidade. Querem ver e contar. Os livros é que contam.
As bibliotecas só aparentemente são casas sossegadas. O sossego das bibliotecas é a ingenuidade dos incautos. Porque elas são como festas ou batalhas contínuas e soam trombetas a cada instante e há sempre quem discuta com fervor o futuro, quem exija o futuro e seja destemido, merecedor da nossa confiança e da nossa fé.
Adianta pouco manter os livros de capas fechadas. Eles têm memória absoluta. Vão saber esperar até que alguém os abra. Até que alguém se encoraje, esfaime, amadureça, reclame direito de seguir maior viagem. E vão oferecer tudo, uma e outra vez, generosos e abundantes. Os livros oferecem o que são, o que sabem, uma e outra vez, sem refilarem, sem se aborrecerem de encontrar infinitamente pessoas novas. Os livros gostam de pessoas que nunca pegaram neles, porque têm surpresas para elas e divertem-se a surpreender. Os livros divertem-se.
As pessoas que se tornam leitoras ficam logo mais espertas, até andam três centímetros mais altas, que é efeito de um orgulho saudável de estarem a fazer a coisa certa. Ler livros é uma coisa muito certa. As pessoas percebem isso imediatamente. E os livros não têm vertigens. Eles gostam de pessoas baixas e gostam de pessoas que ficam mais altas.
Depois da leitura de muitos livros pode ficar-se com uma inteligência admirável e a cabeça acende como se tivesse uma lâmpada dentro. É muito engraçado. Às vezes, os leitores são tão obstinados com a leitura que nem acendem a luz. Ficam com o livro perto do nariz a correr as linhas muito lentamente para serem capazes de ler. Os leitores mesmo inteligentes aprendem a ler tudo. Leem claramente o humor dos outros, a ansiedade, conseguem ler as tempestades e o silêncio, mesmo que seja um silêncio muito baixinho.
Os melhores leitores, um dia, até aprendem a escrever. Aprendem a escrever livros. São como pessoas com palavras por fruto, como as árvores que dão maçãs ou laranjas. Dão palavras que fazem sentido e contam coisas às outras pessoas. Já vi gente a sair de dentro dos livros. Gente atarefada até com mudar o mundo. Saem das palavras e vestem-se à pressa com roupas diversas e vão porta fora a explicar descobertas importantes. Muita gente que vive dentro dos livros tem assuntos importantes para tratar. Precisamos de estar sempre atentos. Às vezes, compete-nos dar despacho. Sim, compete-nos pôr mãos ao trabalho. Mas sem medo. O trabalho que temos pela escola dos livros é normalmente um modo de ficarmos felizes.(...)»
(Via por Amares, os livros)

Outubro - Mês das Bibliotecas Escolares

Sendo Outubro o Mês Internacional das Bibliotecas Escolares, aproveitamos para recordar o Decálogo de um Agrupamento/Escola Comprometido com a Leitura.

 
 
 
Decálogo de um Agrupamento Comprometido com a Leitura

«1. Um agrupamento de escolas comprometido com a Literatura é aquele que a considera como fonte de desfrute, aventura, ócio e diversão.
2. É aquele que inclui a leitura no seu currículo, convertendo a Literatura em matéria interdisciplinar com outras áreas curriculares.
3. É aquele que realiza uma seleção adequada dos textos, de acordo com os interesses e gostos dos seus alunos e alunas e as suas circunstâncias pessoais, familiares e sociais. [Isto sem abdicar de outro propósito essencial: o de fazer emergir necessidades e interesses dos quais a/o aluna/o não revele ainda consciência.]
4. É aquele que, por meio da Literatura, prepara a pessoa para receber e emitir mensagens de todo o tipo, comentar e desfrutar a leitura, adquirir e reajustar constantemente a sua cultura e fruir esteticamente.
5. É aquele que, por meio da Literatura, colabora na compreensão e tolerância das opiniões diferentes das do leitor, o motiva a lutar pela igualdade de oportunidades e pelo direito à saúde, orienta a sua afetividade, desenvolve a sua liberdade e dignidade, o leva a comportar-se responsavelmente, a assumir a sua identidade pessoal e social, a defender a paz, etc.
6. É aquele agrupamento de escolas que elabora uma planificação sistemática e coerente da Literatura, não só como objeto de estudo, mas sobretudo como enriquecimento da pessoa e espaço individual de prazer, ao longo da Educação Infantil, Básica e Secundária obrigatória.
7. É aquele que potencia (ou cria, se necessário) bibliotecas escolares e de aula.
8. É aquele que promove a leitura a todo o momento: através do exemplo das suas professoras e professores enquanto verdadeiros leitores, por meio de atividades extraescolares, de ócio e de férias, através de celebrações pontuais em torno do livro e da leitura, como o Dia Mundial do Livro, o Dia Internacional do Livro Infantil, o Dia da Poesia…
9. É aquele que dedica períodos de atenção individualizada a um acompanhamento de cada aluna ou aluno e, em consequência, se ajusta às suas necessidades concretas.
10. Um agrupamento de escolas comprometido com a Literatura é aquele onde as professoras e professores assumiram a responsabilidade de fomentar o amor pela leitura.»
(Garcia Sobrino et al.: 1994: 42; trad.de José António Gomes).

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Porque o Outono tem uma linguagem própria...


                                           
                                         Ilustrações de Anna Lazareva

Guia da Rutgers para principiantes na pesquisa de informação

  Os primeiros passos em pesquisa da informação   
                                                                                           
Rutgers Beginner's Guide to Research | School Libraries around the world | Scoop.it
 
 
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quinta-feira, 3 de outubro de 2013

A nova BD de Astérix

Os irredutíveis Gauleses, sem Uderzo e Goscinny
 
 
Nova BD de Astérix, a primeira sem Uderzo e Goscinny, sai no dia 24, saiba mais aqui