A Paixão pelo livro explicada aos néscios
(artigo de opinião do jornalista Elmano Madail, in Jornal de Notícias, Domingo, 5 de Dezembro de 2010)
Os livros electrónicos registam um crescimento exponencial, o que é positivo; todavia não são livros mas antes textos electrónicos, letras desenhadas por códigos binários que tremulam no ecrã? Um objecto tecnológico sem personalidade. Falta-lhes o cheiro, a textura, o peso, o sublinhado indelével que acrescenta à obra de outrem, e não comportam o risco de incêndio ou da inundação, os espectros da destruição definitiva. Falta-lhes enfim a materialidade que confere a sensação de posse de um tesouro. Quem exulta com um objecto assim frágil e padece de tais receios é um bibliófilo, aquele que ama o livro em todas as suas dimensões e se dedica à construção da biblioteca.
É um amor pleno de sacrifícios (como todos os que valem a pena) – desde a necessidade de espaço para albergar a biblioteca em expansão, até à vigilância atenta às humidades e pequenos predadores do papel - , e angústias várias, sendo a maior delas a fatal falta de tempo para se ler tudo o que se gostaria e se tem lá pelas estantes da biblioteca pessoal.
Bibliotecas cheias de Fantasmas trata dessa estranha tribo construtora de bibliotecas e que tem até um santo mártir: Charles – Valentin Alkan, pianista esmagado, a 30 de Março de 1888, pela própria biblioteca durante o sono (tinha estantes sobre a cama). Deferência que promana da excepção; as bibliotecas usam ser, pelo contrário, confortáveis e protectoras.
Segundo Bonnet, “ a biblioteca protege a hostilidade exterior, filtra os ruídos do mundo, atenua o frio que reina à volta, mas confere, igualmente, uma sensação de impotência. Porque a biblioteca faz recuar as pobres capacidades humanas: ela é um concentrado de tempo e de espaço. Reúne nas suas prateleiras todos os estratos do passado. Ali estão os séculos que nos precederam”. E não carece de electricidade.
domingo, 5 de dezembro de 2010
terça-feira, 30 de novembro de 2010
domingo, 21 de novembro de 2010
A aprendizagem através dos cinco sentidos...
A pessoa humana conhece o Mundo e os outros através dos cinco sentidos .... | 1% através do paladar 2% através do tacto 3% através do olfacto 11% através da audição 83% através da visão |
Um estudante memoriza | 10% do que lê 20% que ouve 30% do que vê 50% do que vê e ouve 70% do que vê, ouve e debate 90% do vê, ouve, debate e faz 100% do que vê , ouve, debate,faz e ensina |
Depois de três horas lembra-se ... | 70% do que ouviu 72% que viu 85% do que viu e ouviu |
Depois de três dias Lembra-se ... | 10% do que ouviu 20% do que viu 65% do que ouviu e viu |
"A Roubalheira" de Alice Vieira
Todas as pessoas têm sempre muitas teorias explicativas, sem margem para dúvidas, das causas que levam ao afastamento da leitura. A primeira, mas a primeira mesmo (aquela que é mesmo tão primeira, tão primeira, mas tão primeira que até chateia de ser tão primeira - como diriam os Gatos Fedorentos) é o preço dos livros. Aqui d’el rei que as criancinhas não lêem porque os livros custam uma fortuna. Fossem os livros mais baratitos e vocês iam ver como as crianças (e os adultos) não faziam outra coisa senão ler de manhã à noite.
Mas ao preço a que os livros estão...
Pois é. Toda a gente já ouviu este discurso, toda a gente já invocou, numa ocasião ou outra, esta desculpa. Esfarrapada.
Esfarrapadíssima.
Porque é evidente que é tudo uma questão de prioridades: será sempre caro tudo aquilo de que não sinto falta.
Há muita outra coisa, bem mais cara do que um livro, e de cujo preço ninguém se queixa. Nunca, em tempo algum, um pai (ou mãe) de família se chegou junto de mim protestando contra o preço, por exemplo, de uma consola, de um jogo de vídeo, de um iPod, de um telemóvel dos que tiram fotografias e fazem downloads de músicas e mais não sei quantas maravilhas. Isto já para não falar de coisas bem mais banais como, por exemplo, um par de ténis com rodinhas fluorescentes, um bilhete para o futebol ou para um concerto de qualquer banda. Para tudo isso que, nestes estranhos tempos, as crianças exigem, o dinheiro parece chegar sempre. O pior são os livros. Os livros é que estragam tudo. Uma chatice, os livros.
Foi isso, de certeza, o que pensou também aquele digníssimo pai de família que, nesta última Feira do Livro de Lisboa, diante do stande da Caminho, rapou de um papel que trazia no bolso e leu o título que lá escrevera.
«É para o meu filho», disse.
A empregada do stande foi buscar o livro e, tentando ser amável, apontou para mim e explicou ao senhor que eu era a autora do dito livro, coisa que não pareceu interessá-lo por aí além.
«Se quiser um autógrafo...», acrescentou a moça.
O homem olhou para mim, encolheu os ombros e lá me estendeu o livro, repetindo que era para o filho, que ele nem sabia que livro era aquele, ele dispensava leituras, mas o filho é que lhe tinha pedido, o filho é que até tinha escrito o nome no papel. E pronto, por isso é que ele ali estava. O que a gente não faz por um filho, caramba...
E enquanto eu me esforçava por escrever alguma coisa ligeiramente mais original do que o fatal «com um abraço», que diabo!, quem tinha um pai daqueles merecia um pouco mais de atenção - ele ia continuando a cantilena, e agora estávamos, evidentemente, no preço dos livros, que era uma roubalheira, uma pouca vergonha, como é que um livro tão pequeno como aquele tinha aquele preço, «Olhe, a lista telefónica é muito maior e é de borla!», e ria muito alto com a graça que estava a ter.
«Espero que ele goste», disse eu, entregando-lhe o livro quase a pedir desculpa de ter escrito um livro tão pequeno para a próxima havia de me esforçar por chegar aos calcanhares da lista.
Nova risada e novo encolher de ombros, «Se calhar nem gosta, ele também não vai muito à bola com os livros, mas que é que quer, a professora lá na escola é que mandou comprar, e você sabe como são agora os professores: mandam comprar toda a m... que aparece!»
No interior do stande há um silêncio a mascarar as gargalhadas que todos sufocamos com dificuldade, enquanto ele lá vai, alameda acima, resmungando contra a leitura, o preço dos livros, os professores, a roubalheira, a pouca vergonha.
Alice Vieira, Pezinhos de Coentrada, Casa das Letras, 2006
Mas ao preço a que os livros estão...
Pois é. Toda a gente já ouviu este discurso, toda a gente já invocou, numa ocasião ou outra, esta desculpa. Esfarrapada.
Esfarrapadíssima.
Porque é evidente que é tudo uma questão de prioridades: será sempre caro tudo aquilo de que não sinto falta.
Há muita outra coisa, bem mais cara do que um livro, e de cujo preço ninguém se queixa. Nunca, em tempo algum, um pai (ou mãe) de família se chegou junto de mim protestando contra o preço, por exemplo, de uma consola, de um jogo de vídeo, de um iPod, de um telemóvel dos que tiram fotografias e fazem downloads de músicas e mais não sei quantas maravilhas. Isto já para não falar de coisas bem mais banais como, por exemplo, um par de ténis com rodinhas fluorescentes, um bilhete para o futebol ou para um concerto de qualquer banda. Para tudo isso que, nestes estranhos tempos, as crianças exigem, o dinheiro parece chegar sempre. O pior são os livros. Os livros é que estragam tudo. Uma chatice, os livros.
Foi isso, de certeza, o que pensou também aquele digníssimo pai de família que, nesta última Feira do Livro de Lisboa, diante do stande da Caminho, rapou de um papel que trazia no bolso e leu o título que lá escrevera.
«É para o meu filho», disse.
A empregada do stande foi buscar o livro e, tentando ser amável, apontou para mim e explicou ao senhor que eu era a autora do dito livro, coisa que não pareceu interessá-lo por aí além.
«Se quiser um autógrafo...», acrescentou a moça.
O homem olhou para mim, encolheu os ombros e lá me estendeu o livro, repetindo que era para o filho, que ele nem sabia que livro era aquele, ele dispensava leituras, mas o filho é que lhe tinha pedido, o filho é que até tinha escrito o nome no papel. E pronto, por isso é que ele ali estava. O que a gente não faz por um filho, caramba...
E enquanto eu me esforçava por escrever alguma coisa ligeiramente mais original do que o fatal «com um abraço», que diabo!, quem tinha um pai daqueles merecia um pouco mais de atenção - ele ia continuando a cantilena, e agora estávamos, evidentemente, no preço dos livros, que era uma roubalheira, uma pouca vergonha, como é que um livro tão pequeno como aquele tinha aquele preço, «Olhe, a lista telefónica é muito maior e é de borla!», e ria muito alto com a graça que estava a ter.
«Espero que ele goste», disse eu, entregando-lhe o livro quase a pedir desculpa de ter escrito um livro tão pequeno para a próxima havia de me esforçar por chegar aos calcanhares da lista.
Nova risada e novo encolher de ombros, «Se calhar nem gosta, ele também não vai muito à bola com os livros, mas que é que quer, a professora lá na escola é que mandou comprar, e você sabe como são agora os professores: mandam comprar toda a m... que aparece!»
No interior do stande há um silêncio a mascarar as gargalhadas que todos sufocamos com dificuldade, enquanto ele lá vai, alameda acima, resmungando contra a leitura, o preço dos livros, os professores, a roubalheira, a pouca vergonha.
Alice Vieira, Pezinhos de Coentrada, Casa das Letras, 2006
segunda-feira, 15 de novembro de 2010
sábado, 6 de novembro de 2010
sábado, 30 de outubro de 2010
Estudar com tino
O acto de estudar não implica que tenhamos de “marrar” horas a fio. Pelo contrário, devemos ter horas para tudo: para praticar desporto, conviver com os amigos, ver televisão, conversar na Internet, enviar sms, ….
Mas o futuro também se constrói agora e por isso é preciso dedicar uma boa parte do tempo ao estudo.
Mesmo que se falhe num ou outro teste ou trabalho, é necessário construir a confiança todos os dias.
Aqui ficam quatro conselhos para o sucesso!
· Sempre que possível, é bom escolher a manhã ou o fim da tarde para o trabalho mental. Antes de dormir só pequenos trabalhos ou revisões!
· Os trabalhos de concentração devem ser desenvolvidos por pequenos períodos e, quando sentirmos cansaço, devemos fazer uma pequena pausa(15 a 20 minutos!) ou mudar para outra matéria mais “ligeira”.
· Devemos fazer um horário para estudar e tentar cumpri-lo.
· Estudar não é sinónimo de estudar muito. Convém:
-saber “ler”
-saber distinguir o essencial do acessório num texto
-saber resumir
-saber tirar apontamentos
-saber interpretar.
Agora é só começar e cumprir!
Dicas para elaborar um trabalho de pesquisa
· Consulta os ficheiros para verificares se existem na biblioteca obras diversas sobre o tema.
· Selecciona a informação necessária, nunca esquecendo de anotar de onde foi retirada(obra, página, autores , editor e edição)
· Não esqueças que, na forma ,o trabalho deve obedecer a regras de organização:
- a Introdução (onde se apresenta o tema e os objectivos do trabalho, os pressupostos que conduziram ao mesmo e a metodologia de trabalho que se vai seguir;
- o Desenvolvimento ( onde se encontra o quadro teórico que serve de base ao tratamento do tema. Pode conter várias sub -partes conforme os aspectos que se pretende abordar);
- a Conclusão (onde se sintetiza a pesquisa efectuada, onde se propõem respostas e soluções para a questão (ou problemas) formulada na introdução.
· O trabalho deve incluir os elementos paratextuais:
- a capa (com o título do trabalho, o nome do autor, a indicação da instituição onde é apresentado – escola ou outro—e ainda o local e data de execução);
- o índice geral( como todos os títulos e subtítulos e respectiva paginação);
- a bibliografia(apresentada no final do trabalho, a que se pode juntar a explicação de notas de rodapé ou a listagem de imagens utilizadas).
sexta-feira, 15 de outubro de 2010
terça-feira, 5 de outubro de 2010
“Curiosidades” da República
Os banhos de mar
A Póvoa de Varzim é uma terra onde o mar se enrola na areia. Por isso, era muito procurada no início do século XX para os banhos de mar que eram recomendados pelos médicos para fortalecer o organismo, não podendo ser considerados um prazer.
Os fatos de banho, de pano, tapavam o corpo quase por completo e as mulheres usavam também toucas de folhos para proteger o cabelo.
Os banheiros encarregues de acompanhar os banhistas obrigavam-nos a mergulhar ou despejavam baldes de água sobre a cabeça dos mais renitentes.
Quase ninguém sabia nadar e o que os banhistas mais desejavam era sair rapidamente da água e mudar de roupa nas barraquinhas de madeira que existiam nas praias para esse efeito. Era costume tomar então uma bebida forte e até às crianças se dava pelo menos uma colher de vinho, de preferência vinho do Porto, se a família tivesse possibilidades.
A moda dos chapéus
Na época da Primeira República estava na moda o uso de chapéus para homens, mulheres e crianças e havia modelos diferentes para as várias ocasiões. Nas festas ou cerimónias os homens usavam cartola. Os homens do povo, mesmo os mais pobres, que podiam eventualmente andar descalços, não dispensavam o seu boné. Tirar o chapéu era uma maneira delicada de cumprimentar as pessoas que passavam.
Quanto às senhoras e meninas também os usavam. Havia modistas de chapéus que confeccionavam chapelões enormes ou chapelinhos enfeitados com plumas, flores, fitas e laços a condizer com as roupas que vestiam. Para os rapazes, enquanto pequenos, era comum escolherem-se bonés de marinheiro. Na adolescência outro tipo de bonés, por exemplo o de modelo escocês.
A profissão de chapeleiro era bastante reconhecida.
O desporto Futebol
O futebol surgiu em Inglaterra, oficialmente no ano de 1863. Chegou a Portugal dezoito anos antes da Implantação da República. Quem trouxe a novidade foram uns rapazes da família Pinto Basto que tinham estudado em Inglaterra. Gostaram daquele desporto e no regresso apresentaram-se com as bolas, os equipamentos e as regras do jogo que logo entusiasmou muita gente.
Ainda não havia campos fixos nem relvados, por isso escolhiam-se terrenos planos e lisos, montavam-se as balizas e realizavam-se então partidas de “Foot-Ball”. De início, o vocabulário relacionado com o jogo continuou na língua de origem, o inglês. Dizia-se “goal” em vez de golo, “goal keeper” em vez de guarda-redes, “line-man” em vez de juiz de linha.
O interesse pelo futebol alastrou rapidamente, envolvendo todos os grupos sociais. Em 1910, além dos grupos espontâneos, já existiam o Futebol Clube do Porto, o Sport Lisboa e Benfica e o Sporting Clube de Portugal. O primeiro Campeonato Nacional teve lugar em 1921. Venceu o Sporting.
Xaropes, unguentos e elixires
Tinha a República Portuguesa cinco anos quando a Bayer fabricou os primeiros comprimidos de aspirina.
Até aí, eram os medicamentos naturais como a casca de salgueiro que aliviava as dores, ou conseguia-se um pó muito eficaz contra as dores e as inflamações a partir de plantas como a ulmária, a rainha-dos-prados. É da ulmária, que tem o nome latino spiraea ulmaria que deriva da palavra aspirina. Revelou-se um medicamento de tal forma extraordinário, que o público lhe chamava “pó mágico”. Mais uma novidade que chegou do estrangeiro durante a Primeira República.
No início do século XX grande parte da população portuguesa não tinha acesso a cuidados médicos por viver longe das cidades onde havia hospitais. As doenças tratavam-se em casa com xaropes, chás e pomadas caseiras. Mesmo os que podiam recorrer aos hospitais não encontravam solução para muitos dos seus males, pois a medicina da época estava ainda muito atrasada.
Havia também os vendedores de rua como os que vendiam unguentos ou pomadas para a pele que também eram “confeccionadas” nas “Pharmacias”.
As pipocas
Só em 1907, três anos antes da Implantação da República, foi inventada nos Estados Unidos a máquina eléctrica que continua a ser utilizada para fazer pipocas.
Na altura, foi publicitada como electrodoméstico de grande qualidade. Os anúncios diziam o seguinte: “Da enorme variedade de utensílios eléctricos caseiros, a nova tostadeira de milho é a mais leve e pode ser usada por crianças sem que haja perigo de causarem danos a si próprias, à mesa ou à sala”.
sexta-feira, 1 de outubro de 2010
A prática de ginástica no Liceu da Póvoa de Varzim na implantação da República
Data do século XIX, mais propriamente de 1887, a introdução da disciplina de Educação Física nos liceus. Face a uma ausência de referências teóricas em Portugal esta seguirá, sensivelmente, as directrizes que lhe eram sugeridas pela ginástica militar e pelo sistema sueco que se baseia num trabalho bastante rígido, com um desenvolvimento harmónico de todo o corpo, exercícios simétricos moderados e de fácil compreensão, realizados com uma dificuldade progressiva e, de preferência, sem aparelhos, em pé e obedecendo a uma voz, embora também existam alguns exercícios com aparelhos simples: cambalhotas, suspensões, equilíbrios. Tudo isso se apoiava no estudo de base biológica das formas e efeitos dos exercícios; trata-se de uma ginástica "para todos os públicos”. Seguindo critérios fisiológicos, a aula de ginástica dividia-se em aquecimento, parte fundamental e relaxamento.
A higiene, e a Ginástica como parte dela, integrava as propostas pedagógicas. Em escritos publicados em 1902, está destacada a importância da ginástica nas escolas: "os exercícios ao ar livre são necessários ao desenvolvimento da musculatura (sendo úteis às crianças e adolescentes), ao desenvolvimento da destreza, agilidade, velocidade e força, preciosos em todas as classes da sociedade".
O liceu é visto como o sítio que propicia a aprendizagem de saberes e de hábitos de viver sadios que compõem o ideal de “educação higiénica” da qual a escola é o caminho mais viável economicamente para ampliar a rede higiénica a todos da sociedade. Dez dias após a Revolução Republicana, ocorrida em 5 de Outubro, o Ministério da Guerra nomeou uma comissão encarregada de elaborar um projecto de regulamento de instrução militar preparatória que compreendia a educação cívica, a ginástica, os exercícios elementares de táctica, as noções militares, tiro ao alvo e equitação, obrigatória, inclusive para as crianças e jovens que não frequentassem as escolas primárias e secundárias.
Estavam livres da instrução os jovens que já estivessem alistados, os considerados inaptos por comissões competentes e os que morassem a mais de 5 quilómetros do local de instrução.
segunda-feira, 27 de setembro de 2010
O nosso patrono
Luís Amaro de Oliveira
Professor e autor de estudos didácticos, Luís Amaro de Oliveira nasceu a 7 de Julho de 1920, em Braga, e faleceu a 16 de Janeiro de 1991.
Após ter concluído os estudos secundários naquela cidade, iniciou o curso de Filologia Românica, na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, e terminou-o na Universidade Clássica de Lisboa, tendo tido ilustres professores como Vitorino Nemésio, Delfim Santos e Jacinto do Prado Coelho.
Em 1949, casou-se com Maria Margarida Fonseca Oliveira, de quem teve seis filhos. Conviveu com um grupo de amigos das mais diversas áreas, com quem se encontrava, na Póvoa de Varzim, e dos quais se destacam José Régio, Manoel de Oliveira, Agustina Bessa-Luís, Pacheco Neves, entre outros.
Leccionou na Escola Ferreira Borges (1945-1950) e na Escola Afonso Domingues (1950-1953), ambas em Lisboa. Nessa altura, procurava informações sobre a família de Cesário Verde, em Linda-a-Pastora, tendo conhecido o barbeiro do Poeta que lhe forneceu importantes informações para o estudo desta figura da literatura portuguesa.
Após esses anos em Lisboa, instalou-se, com a família, na Apúlia, e passou a leccionar na Póvoa de Varzim, na Escola Comercial e Industrial, no Liceu Nacional da Póvoa de Varzim (agora, Escola Secundária Eça de Queirós) e na actual Escola Secundária Rocha Peixoto. Entre 1960 e 1962, realizou o estágio pedagógico no actual Liceu Rodrigues de Freitas, no Porto, sendo posteriormente docente no Liceu Alexandre Herculano, também naquela cidade, entre 1975 e 1990, exercendo funções de orientador de estágio e de metodólogo itinerante.
Publicou vários trabalhos e obras dos quais se salienta Cesário Verde: Novos Subsídios para o Estudo da sua Personalidade (1944), Para uma Biografia de Cesário (1952), Antologia de Lendas Narrativas e Contos (1965), Frei Luís de Sousa de Almeida Garrett – realização didáctica (1968), Viagens na Minha Terra de Almeida Garrett - realização didáctica (1975). Colaborou também em dicionários de Português-Francês e Francês-Português.
Luís Amaro de Oliveira. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2010. [Consult. 2010-09-27].
Disponível na www: <URL: http://www.infopedia.pt/$luis-amaro-de-oliveira>.
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